Tendências em 2019 para Investimento Estrangeiro Direto no Brasil

Considerada a oitava maior economia do mundo e e um dos países que recebe o maior investimento estrangeiro em América Latina, o Brasil é uma das principais figuras econômicas da região. Em 2018, o PIB brasileiro atingiu US$ 3,365 trilhões e, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do país deve aumentar 1% em 2019.

O Brasil é considerado um dos países mais atraentes para investidores estrangeiros na América Latina. Essa atratividade deve-se ao tamanho de seu mercado interno (211 milhões de habitantes), à riqueza das matérias-primas e à sua diversificação econômica. Analisamos as últimas tendências do investimento estrangeiro direto no Brasil.

Investimento estrangeiro direto no Brasil

Vista do Rio de Janeiro, cidade que recebe a maior parte do Investimento Estrangeiro Direto no Brasil.
Em 2018, o Brasil recebeu US$ 46 bilhões em IED

Assim como a maioria dos países da região, o Brasil está em forte demanda por investimento estrangeiro direto (IED) para apoiar o desenvolvimento de sua economia. Em 2018, o Brasil recebeu US$ 46 bilhões em IED, segundo dados do Banco Central do Brasil. Os principais países investidores são Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Bahamas. Esses investimentos foram direcionados principalmente para a extração de petróleo e gás, indústria automotiva, serviços financeiros, comércio, eletricidade, produção de papel, TIC, armazenagem e transporte, indústria alimentícia e mineração.

Em agosto de 2019, o IED do Brasil atingiu US$ 72 bilhões, representando quase 3,91% do PIB do país no mesmo mês. Em setembro, o investimento estrangeiro aumentou em mais US$ 6,3 bilhões, o que aponta para uma boa perspectiva para o fim do ano.

Principais impulsionadores do investimento estrangeiro no Brasil

Há uma série de opções para investimento estrangeiro no Brasil, tais como:

  • Recursos naturais em quantidades e variedades abundantes: o Brasil é um produtor mundial de estanho, minério de ferro e fosfato.
  • Uma localização geográfica estratégica no centro da América Latina com acesso privilegiado ao Oceano Atlântico
  • Uma economia diversificada
  • Exportações fortes, particularmente na indústria, representando oportunidades reais de comércio internacional.

Setores que mais impulsionam IED em 2019

A economia altamente diversificada do Brasil significa que as tendências do IED mostram uma série de setores de interesse para investidores estrangeiros que oferecem retornos rentáveis.

Todos os dados desta seção são obtidos do Banco Central do Brasil, que fornece os últimos dados de investimento estrangeiro direto por setor em dólares americanos.

Comércio, exceto veículos

De janeiro a março de 2019, esse setor foi responsável pela quantidade mais significativa de IED interno. O total de investimentos estrangeiros recebidos totalizou US$ 1,5 bilhão em apenas 3 meses. Tais números em um curto período de tempo indicam que o setor representa grande potencial no país.

Produtos minerais não metálicos

Sede do Governo do Brasil, que incentiva Investimento Estrangeiro Direto no Brasil
Governo brasileiro incentiva maior fluxo de IED

O Brasil é um importante produtor de metais não metálicos, em particular, alumínio. A produção de alumínio cresceu 3,9% ao ano nos últimos 15 anos. Além disso, o país também produz quantidades significativas de zinco, vidro, cimento e outros materiais de construção. Essas indústrias investiram US$ 977 milhões em investimento estrangeiro nos três primeiros meses de 2019.

Produtos químicos

A indústria química brasileira é reconhecida como a oitava maior do mundo. Cresceu substancialmente desde o início do milênio. Marcos de Marchi, Presidente do Conselho de Administração da Abiquim, associação nacional profissional da indústria química brasileira afirma: “O Brasil é um destino natural para a indústria química global porque é rico em petróleo, gás, minerais e terras raras e tem alta biodiversidade”. Faz da indústria o terceiro maior setor industrial do país, respondendo por 10% do PIB industrial total.

De janeiro a março de 2019, a indústria recebeu US$ 482 milhões em IED.

Serviços financeiros e auxiliares

Apoiado pelo surgimento do ecossistema fintech brasileiro e pelo desenvolvimento da Internet das Coisas, o setor de serviços financeiros e auxiliares está indo bem. Atualmente, o Brasil alimenta o segundo maior ecossistema de startups fintech da região, gerando interesse significativo de empreendedores inovadores e empresas multinacionais que buscam suas opções de expansão.

Os setores de serviços financeiros e auxiliares, coletivamente, é o quarto maior setor receptor de IED nos três primeiros meses de 2019, representando US$ 455 milhões de IED de entrada.

Veículos automotores, reboques, semirreboques e peças relacionadas

Como uma das indústrias pilares do país, é lógico ver que veículos e reboques recebem um número significativo de IED. Em 2018, as vendas de todos os tipos de veículos brasileiros aumentaram, o que explica o aumento da confiança demonstrada pelos investidores estrangeiros. Nos três primeiros meses de 2019, a indústria recebeu um total de US$ 374 milhões em investimentos estrangeiros diretos.

Outras indústrias fizeram um bom progresso em relação ao ano anterior na atração de investimentos estrangeiros diretos: produtos minerais não metálicos, culturas, pecuária e serviços relacionados, ITC e produção florestal.

Medidas do governo para facilitar o aumento do IED

O governo brasileiro está ciente do valor do investimento estrangeiro no país, e está buscando formas de incentivar maiores fluxos de IED para o país. No Brasil, atualmente, a maioria dos obstáculos aos investidores estrangeiros tem sido removida por sucessivos governos, particularmente no mercado de ações. Uma estratégia de reforma macroeconômica, introduzida em agosto de 2019, com o objetivo de agilizar o sistema tributário brasileiro, foi fundamental nesse processo. O governo também busca instaurar novos procedimentos administrativos para reduzir o tempo e a complexidade dos processos para registro de investimentos e empresas estrangeiras.

Invista no Brasil via abertura de empresas

No Brasil, você encontra cinco tipos diferentes de pessoas jurídicas. No entanto, recomendamos dois desses cinco tipos que são mais relevantes para investidores estrangeiros. Esses dois tipos têm sido usados em quase todos os casos de start-ups de negócios por estrangeiros:

Sociedade de Responsabilidade Limitada (LLC)

A entidade mais comum e recomendada para um investidor estrangeiro que se instala no Brasil. É tanto a solução mais barata, mas também a mais rápida de implementar e a mais fácil de administrar posteriormente.

Sociedade Anônima

Esse tipo de pessoa jurídica é mais adequado para grandes empresas, com estrutura de acionistas complexos e de capital aberto. As sociedades anônimas são mais engessadas, com exigências e obrigações a serem cumpridas ao longo do ano, requerendo uma governança corporativa mais rigorosa. Essa opção é recomendada para grandes empresas.

Documentos necessários para abrir uma empresa no Brasil

Vista aérea de São Paulo
Você precisará preparar determinada documentação para incorporar uma empresa

Se você deseja investir no Brasil incorporando uma empresa, você precisará preparar determinada documentação para apresentar às autoridades locais. Esses documentos devem ser autenticados em cartório, registrados ou arquivados em um consulado brasileiro.

Você precisará fornecer:

  • Uma cópia do seu passaporte
  • Procuração, que é um documento que permite que você designe uma pessoa para tomar decisões para o seu negócio de uma perspectiva legal
  • Os documentos societários que que comprovam a existência da empresa
  • Fornecimento de um folheto ou outro documento representativo do modelo de negócio de sua pessoa jurídica.

Quais são os principais passos para a abertura de uma empresa no Brasil?

Abrir uma empresa no Brasil é um processo longo. Esse processo envolve nada menos que 40 etapas. Para ajudá-lo a torná-lo mais transparente, selecionamos algumas etapas essenciais neste processo:

  1. Determine quem são os sócios. Se não forem brasileiros, é preciso outorgar uma procuração a um representante legal brasileiro.
  2. Decida sobre o tipo de pessoa jurídica. Ele permite que você defina os tipos de registros que serão necessários
  3. Informe o Banco Central acerca de suas operações.
  4. Escolha um diretor local da empresa. Essa pessoa deve ser residente no Brasil.
  5. Elaborar o documento de constituição da empresa.
  6. Os documentos societários do sócio devem ser traduzidos profissionalmente para o português. Esta tradução deve ser juramentada e registrada em cartório brasileiro
  7. Arquive seus documentos em uma junta comercial estadual. Nota: Este registro perante a junta comercial aciona automaticamente o registro nacional de sua empresa com todas as outras autoridades tributárias nacionais, como a receita federal, além das autoridades estadual e municipal.
  8. Para terminar, você precisará abrir uma conta bancária depositando o capital social. Não é necessário capital mínimo.

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