Diante das consequências sociais e econômicas geradas pela pandemia de COVID-19, o setor de tecnologia bem desenvolvido do Brasil promete desempenhar um papel vital na regeneração econômica. Enquanto muitas empresas no país enfrentaram dificuldades severas e outras foram forçadas a fechar permanentemente, algumas startups, especialmente as do setor de tecnologia, se ajustaram à ‘nova normalidade’ das condições de negócios afetadas pela pandemia e espera-se que cresçam nos próximos anos. Aqui destacamos três startups brasileiras para observar em 2021.
Com um produto interno bruto (PIB-PPP) de cerca de US$ 3,46 trilhões em 2019, o Brasil é de longe a maior economia da América Latina e a oitava maior do mundo. O país, conhecido como o ‘gigante sul-americano’, foi o quarto maior receptor de investimento estrangeiro direto (IED) em 2019, alcançando entradas de US$ 75 bilhões, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O Brasil historicamente desfrutou de um ambiente politicamente estável e relações amigáveis com os Estados Unidos e a União Europeia, contribuindo para sua popularidade como destino de investimento. Além disso, o Banco Central do país diminuiu sua taxa de juros oficial para 2%, como parte de uma estratégia para impulsionar o investimento estrangeiro e promover a reativação econômica.
Além disso, a nação sul-americana é o maior e mais populoso país da América do Sul, com uma população de 182 milhões de pessoas, e compartilha fronteiras com muitos dos principais mercados da América Latina. O Brasil também é membro fundador do Mercado Comum do Sul (Mercosul), um bloco econômico que engloba Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Se você está considerando fazer negócios no Brasil, aprender sobre as três startups brasileiras que crescerão após a pandemia de COVID-19 pode fornecer ideias valiosas sobre seu próprio empreendimento empresarial e como garantir o sucesso de suas operações durante esses tempos desafiadores.
O impacto da pandemia nos negócios no Brasil
Com mais de sete milhões de infecções por COVID-19 até dezembro de 2020, o Brasil é o terceiro país mais afetado do mundo pelo vírus. De acordo com uma pesquisa com 1.700 empresários realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil durante o primeiro semestre de 2020, 76% das empresas do setor industrial no Brasil foram obrigadas a reduzir ou paralisar completamente suas operações devido às restrições impostas pelas autoridades de saúde para dificultar a propagação do vírus.
A CNI também revelou que três em cada quatro empresas locais relataram uma forte queda na demanda por seus produtos. Além disso, metade das empresas afirmou ter implementado estratégias para reduzir o valor de sua folha de pagamento, 16% das organizações pesquisadas iniciaram férias coletivas, 15% demitiram grande parte de seus funcionários e 8% suspenderam temporariamente múltiplos contratos de trabalho.
Além disso, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), devido à crise econômica e social, é esperada uma queda geral do PIB de 5,3% em 2020. De acordo com Silvia Mattos, coordenadora do boletim Relatório Macroeconômico da Fundação Getulio Vargas, a taxa de desemprego no Brasil causada pela pandemia pode se tornar a pior desde a década de 1980, alcançando um índice de 18,7% até o final do ano.
Os setores econômicos mais afetados pela pandemia no Brasil incluem o comércio, construção, serviços domésticos, alojamento e alimentação, que para o mês de abril relataram demissões em massa.
Startups brasileiras e indústrias que viram crescimento durante a pandemia
Apesar da crise, setores como o comércio eletrônico conseguiram crescer durante a pandemia e alcançar um número recorde de vendas. De acordo com um estudo publicado pela Nielsen-EBIT, durante os primeiros seis meses do ano, as receitas do comércio eletrônico no Brasil cresceram 47%, com lucros próximos a US$ 90 milhões, a maior cifra relatada em 20 anos. Além disso, as compras feitas por meio de plataformas de comércio eletrônico aumentaram 39% e quase 7,7 milhões de brasileiros compraram online pela primeira vez, elevando o número de compradores eletrônicos para 41 milhões de pessoas.
De acordo com Felipe Gonçalves, country manager no Brasil da empresa de pagamentos online PayU:
“Nos últimos meses, devido ao estado de emergência, o varejo enfrentou mudanças importantes nos hábitos do consumidor. Uma delas foi uma forte migração para o comércio eletrônico, que vem registrando crescimento positivo, permitindo que milhares de empresas mantenham a continuidade de seus negócios com conforto, segurança e credibilidade no ambiente virtual.”
Alguns dos setores econômicos que registraram mais vendas por meio de plataformas de comércio eletrônico entre janeiro e junho de 2020 foram o setor de moda, que registrou um aumento de vendas de 100% em comparação com 2019; o setor de produtos para o lar, cujas vendas aumentaram 200% após maio; serviços de streaming, impulsionados pela quarentena e que alcançaram um crescimento mensal de 100% em comparação com 2019; e o setor de telecomunicações, que se tornou mais essencial para a vida profissional e pessoal das pessoas no Brasil.
3 Startups Brasileiras para Observar
As seguintes startups no Brasil cresceram durante a pandemia e devem continuar em suas trajetórias ascendentes em 2021:
QuintoAndar: uma startup imobiliária digital no Brasil
QuintoAndar é uma empresa imobiliária digital fundada em 2003, que visa facilitar o aluguel de casas e quartos de forma rápida e segura com o uso de tecnologia. O que é inovador nesta plataforma é que todo o processo de locação é feito virtualmente. Isso inclui registro de propriedade, agendamento de visitas e assinatura de contratos de qualquer lugar do mundo. Em 2019, o QuintoAndar foi listado como um dos unicórnios entre as startups no Brasil, com uma equipe de mais de 1.000 funcionários.
Como parte de sua abordagem de negócios, o QuintoAndar desenvolveu um método de análise de crédito que evita a necessidade de fiadores, depósitos e seguro fiança. A startup, fundada por Gabriel Braga e André Penha, acumulou um total de US$ 345 milhões em investimentos, incluindo de grandes investidores internacionais como General Atlantic, Kaszek e Softbank, este último anunciando recentemente um investimento de US$ 600 milhões.
Shawee: uma startup focada em capital humano no Brasil
Fundada em 2017 e vencedora do Prêmio Startup Awards de 2020 na categoria Startup do Ano, a Shawee é uma plataforma online que busca aplicar a “metodologia hackathon” para tornar as “maratonas de codificação” úteis para os processos de recrutamento de novos talentos. O objetivo dessas “maratonas de codificação” é identificar, desenvolver e reter o melhor capital humano para empresas no Brasil. Além disso, também é uma maneira de aumentar a percepção positiva de uma organização, impulsionando a criatividade entre os futuros funcionários.
A Shawee busca transformar os processos de recrutamento e contratação de empresas, usando tecnologia e inovação para atrair participantes para seus eventos. De acordo com a startup brasileira, nos últimos três anos, eles conseguiram impactar mais de 40.000 pessoas e contribuir para erradicar a pobreza, aumentar a qualidade da educação por meio da tecnologia, garantir a igualdade de gênero e reduzir a desigualdade gerando mais empregos.
Menu: uma startup de comércio de alimentos no Brasil
Esta startup foi fundada em 2017 e faz parte do grupo Ab Inbev. Menu é a primeira e maior plataforma de mercado para comércio de alimentos, que tem como objetivo conectar distribuidores e atacadistas com restaurantes de uma forma mais simplificada.
Desde 2016, o Menu transformou o mercado de serviços de alimentação brasileiro, favorecendo as vendas no varejo local, especialmente durante os meses mais difíceis da pandemia. Até o momento, o Menu oferece mais de 30.000 produtos em sua plataforma, que abastece milhares de estabelecimentos locais em estados importantes para a economia brasileira, como São Paulo e Rio de Janeiro.
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